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Sobre Sexo e Vampiros

Correspondente: COSME ARISTIDES

Passarei a pena ao grande estudioso de assuntos dessa natureza, cujo trabalho acadêmico se respalda em incontáveis anos de cátedra.
Deixarei com ele a tarefa de destrinchar e conduzir essa espinhosa discussão.


“Levando em conta minhas humildes referências, digo que os vampiros carecem mais de sexo que os próprios humanos. Para demonstrar essa afirmativa lançarei mão de dois adendos tirados da física e da psicologia”.

O da física:
Sistemas dissipativos são agrupamentos ordenados abertos, isto é, estão sujeitos a um regime de trocas com o meio no qual se inserem. Em última analise, absorvem e despendem energia. Enquanto os sistemas não dissipativos são fechados, o intercâmbio energético com o exterior não ocorre, estagnando-lhes a renovação e a adaptabilidade. Podemos dizer que os seres vivos são sistemas do primeiro tipo; buscam sustento energético na natureza e expelem nela os subprodutos de sua atividade metabólica. Já os seres não vivos, como os superestimados vampiros, são perfeitamente enquadrados nos de tipo não dissipativo; não estabelecem contato direto com a natureza e dependem dos seres vivos para se alimentarem e eliminar seus resíduos puramente energéticos. Nada há a acrescentar quanto à alimentação, entretanto pouco, ainda, foi dito sobre o processo de eliminação vampírica. E é aí que entra o sexo. O que nos remete ao segundo adendo.

O da psicologia:
O prazer surge, biologicamente, como uma forma de suborno para garantir que o indivíduo realize os atos imprescindíveis a sua perpetuação e a da espécie. Contudo, o prazer sexual não é um incentivo apenas para a procriação. Nos animais desprovidos de cio, o sexo se incumbe de algo mais que isso. Algo de suma importância à sobrevivência saudável do ser. Daí as mulheres se excitarem quando não estão ovulando e os homens obterem orgasmo sem que haja, obrigatoriamente, ejaculação. Essa outra tarefa da atividade sexual, tão mal compreendida, é uma pura e simples função excretora. O gozo se desencadeia pela liberação das sobras energéticas do metabolismo psíquico.

Como a chama de acetileno que resulta da queima da composição exata deste gás com o oxigênio, o acumulo de sensações erógenas inflama a combinação perfeita de energias masculinas e femininas. Nessa verdadeira pira de purificação crema-se materiais inúteis e danosos que, de outra forma, se acumulam e degeneram-se em propensões neuróticas e processos emocionais patológicos, cujo paralelo somático é uma prisão de ventre. Fica claro que relações homossexuais não conseguem a mistura energética apropriada para essa combustão. E masturbação... nem é preciso falar, alem de ser extremamente anti-social. Logo, a evacuação não se faz e o alívio é um engodo, os depósitos de cargas tóxicas se avolumam até uma situação insustentável.

Entrementes, este não é um problema apenas de homossexuais, a maioria dos heteros não conhecem o orgasmo e passam toda a vida acreditando que se satisfazem. O que supõem orgasmo não passa de um falso gozo; o pseudo-orgasmo, uma insensibilidade, uma analgesia momentânea da pressão constante e dolorosa dessas retenções; uma dor de fundo, a qual acostuma-se deste muito cedo e só se nota alguma diferença quando se deixa de senti-la, seja por anestesiamento ou verdadeira descompressão.

Voltando aos vampiros. Por seu intenso metabolismo psíquico, o lixo energético que se espalha por sua mente é imenso. São compulsivamente cerebrais, possuídos pelas idéias, em total e completa dependência aos sistemas ideológicos criados pelo homem. Seus conflitos existenciais já são notórios e de efeito devastador. Junta-se a tudo isso a conturbada carga emocional das vítimas, cujo contagio mental não conseguiram evitar, e temos uma configuração altamente explosiva em pouco tempo. É, nesses momentos, que eles estão muito mais vulneráveis e susceptíveis aos ataques da “besta”. Os humanos possuem a criação como recurso adicional ao sexo. Infelizmente, vampiros não criam, nada de original são capazes de fazer (sei que isso gerará controvérsia e estou pronto para ela), só lhes resta o sexo como válvula de escape. E sexo com humanos. Vampiros não transam entre si, seriam dois circuitos fechados, sem possibilidade de influxos energéticos mútuos; é como diz o conhecido ditado; “dois bicudos não se beijam”. Assim, sobra aos mortais o malfadado papel de esgoto dos dejetos psíquicos dessas criaturas. Sim, porque o coito entre humano e vampiro se restringe, energeticamente, a um escoamento em mão única dos detritos vampíricos que irão se alojar no circuito energético do mortal.

Em compensação, o morto-vivo concede ao desafortunado uma boa dose de pseudo-orgasmo. O desavisado acaba achando essa recompensa bem mais atraente que a obtida nos intercursos sexuais ordinários. Como o orgasmo autêntico é raro atualmente, o pobre coitado – e esse tratamento lhe é perfeito, pois se refere a aquele que sofre dos males do coito... mau feito – estará impedido de se desvencilhar de uma carga que não lhe pertence, nem ao menos suspeita e cujo o peso não suportará por muito tempo.Desta forma, expus, em linhas gerais, qual a importância do sexo na existência dos seres não vivos, em particular na dos vampiros. Por último, gostaria de ressaltar que os poderes e disciplinas vampíricos são todos tomados do ser humano através do consumo de sangue mortal. Nada que torna essas criaturas poderosas lhes é inato, sempre estão a se apropriar das virtudes que, a muito, o homem esqueceu possuir.









postado por COSME ARISTIDES na sexta-feira, julho 20, 2007 Poste um Comentário

1 Comentários

Blogger The crazy girl escreveu...

Interesante,um tanto diferente, mas é isso que te distingue de qualquer outro!


gosteiiiiii
(o refugio dos vampiros)

31 maio, 2008 18:49